A visão de governo de que sustentabilidade vai além das dimensões ambientais e climáticas, mas significa também dimensões econômicas e sociais, foi destacada pelo Governo Federal em agenda com a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, Janja, enviada especial das Mulheres na COP. Ela esteve acompanhada da subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda (MF), Cristina Reis, no painel “Perspectivas do Brasil e o caminho para a COP30”, em Nova York, no dia 24/9.
“O governo do Brasil, com o presidente Lula, é um dos poucos líderes no mundo com olhar diferenciado para essas questões”, disse a primeira-dama. O evento fez parte da programação da “Food Tank at NYC Climate Week 2025”, em ação realizada com apoio da Itaipu Binacional.
Entre outros pontos, Janja destacou que o governo brasileiro tem trabalhado muito para desenvolver o campo através da agricultura familiar, buscando alternativas sustentáveis, no fortalecimento ao enfrentamento às mudanças climáticas e no combate à fome. “E a gente quer levar algumas dessas experiências para a COP 30”, apontou, lembrando que em dois anos e meio do atual governo, o Brasil conseguiu sair novamente do mapa da fome, exemplo do sucesso na trilha do novo modelo de desenvolvimento sustentável.
“É uma ótima notícia que o Brasil esteja fora do mapa da fome. Isso significa muito. Estamos falando de milhões e milhões de pessoas que têm o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar, todos os dias. Isso é algo que todos merecem”, disse Cristina Rei. Ela afirmou ter sido uma grande contradição o fato de o Brasil, um país tão rico em termos de produção de alimentos, ter voltado ao mapa da fome em 2021. E alertou que foi possível sair dessa posição em 2025, após a reativação de uma série de políticas públicas, com o fortalecimento da rede de proteção social e de investimentos em segurança alimentar e nutricional.
Transformações
Janja reforçou que essa conquista é emblemática e se deve a uma vontade política que aprimorou, por exemplo, estratégias de alimentação escolar, fomentou a agricultura, em especial a agricultura familiar, atividade executada majoritariamente por mulheres.
Cristina Reis reforçou a posição, alertando que o atual governo atua numa frente ampla de promoção do desenvolvimento sustentável, que busca crescimento, mas sempre aliado à justiça social e comprometimento ambiental. “Estamos mudando essa situação. O Brasil agora está aproveitando a oportunidade que este novo governo oferece para lutar contra as mudanças climáticas e tirar proveito de sua tecnologia”, disse a subsecretária do MF. Ela citou mecanismos de apoio em diversas áreas além da agricultura, mas também na silvicultura, na mineração, pesquisa em energia, entre outros, criando um novo paradigma cultural, financeiro, tecnológico e produtivo.
“Quero deixar bem claro que, para nós, não se trata apenas de dimensões ambientais e climáticas. Sustentabilidade significa também dimensões econômicas e sociais. Por isso, entendemos que teremos que crescer e nos desenvolver enquanto reduzimos as desigualdades, todos os tipos de desigualdades, de gênero, raça, entre as regiões, entre gerações, entre trabalhadores e donos do capital”, afirmou Cristina Reis. O novo modelo de desenvolvimento, alertou a subsecretária, proporcionará a geração de “empregos decentes e geração de renda”.
Representatividade
A primeira-dama defendeu, ainda, a ampliação da representatividade feminina nos debates “Temos uma dificuldade muito grande de que tenhamos mais mulheres nos espaços de decisão e poder. As mesas de negociação com relação às mudanças climáticas ainda são extremamente masculinas, homens brancos engravatados que não representam necessariamente a cara do mundo que a gente vive”, afirmou. “As mulheres contribuem muito e são desvalorizadas e mal atendidas”, reforçou Cristina Reis. “A gente está no momento de realmente virar a chave, porque a humanidade não tem mais tempo”, complementou Janja.
Cristina Reis falou sobre a agenda de ações brasileira prevista para a COP 30, destacando o aporte de US$ 1 bilhão Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), conforme anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse mecanismo multilateral de financiamento, proposto pelo Brasil, será lançado oficialmente na COP30, em Belém.
“O Brasil é o primeiro país a investir dinheiro porque se trata de um investimento, não apenas de uma doação. É a primeira vez que, coletivamente, o mundo tem a chance de manter as florestas em pé””, apontou a subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda. Ela destacou, ainda, a relevância da proposta de criação de coalização de países para integrar mercados regulados de carbono e a Super Taxonomia sustentável brasileira entre outras iniciativas brasileiras com capacidade de gerar benefícios globais, iniciativas capitaneadas pelo Ministério da Fazenda, alinhadas ao Novo Brasil, o Plano de Transformação Ecológica (PTE).
“A COP não pode ser só aqueles dias em Belém. A COP tem que estar internalizada em cada um de nós, nos seus territórios, nos seus locais de trabalho, nas suas empresas, nos governos locais. Temos que transformar a COP em um movimento do mundo todo, todos os dias”, consolidou a primeira-dama.
Confira o painel painel Perspectivas do Brasil e o caminho para a COP30, parte da Food Tank at NYC Climate Week
Link da noticia – Ministério da Fazenda