Com reunião em Nova York, o Ministério da Fazenda (MF) promoveu avanços na implementação da Plataforma Women in Finance (WIF). Essa iniciativa do MF foi criada em 2024, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, com a missão de reposicionar a liderança feminina, a igualdade de gênero e a sustentabilidade no centro das decisões financeiras globais.
Coordenada pelo MF, a plataforma conta com a cooperação de parceiros multilaterais e atores do setor privado. Essa recente reunião de trabalho, realizada em 22 de setembro, tratou de pontos relacionados à governança, prioridades e mobilização de recursos para a Plataforma WIF. A ação foi coordenada pela subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável da pasta, Cristina Reis, e contou com a presença de mais de 20 autoridades.
“Estamos em construção e em ação. Nosso foco é definir objetivos, governança e plano de trabalho, com roteiro de eventos e entregas claras para institucionalizar a plataforma”, disse a subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do MF.
“Estamos vivendo um momento difícil para o multilateralismo, mas o PNUD está comprometido em apoiar a plataforma Women in Finance, trazendo nossa presença em mais de 170 países, capacidade técnica e agilidade para ajudar ministros e bancos centrais a implementar reformas. Podem contar conosco para manter essa agenda em movimento”, disse o secretário-geral adjunto da ONU e diretor do Gabinete de Apoio a Políticas e Programas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Marcos Neto.
A reunião foi estruturada em torno do tema “Coalizões para Finanças Sustentáveis: Liderança Feminina no Centro das Reformas Globais”
Governança
A reunião colheu consensos em torno de sua governança e da mobilização de recursos para a iniciativa. Será lançado em breve um site próprio da plataforma, que servirá como canal oficial de comunicação e articulação internacional. Suas atividades serão administradas e coordenadas pelo PNUD, como Secretaria Executiva da Plataforma, garantindo agilidade e respaldo técnico.
“Governança é o primeiro passo. Transformar a pauta de mulheres em finanças em pauta de negócios atrai parceiros, gera resultados e reduz risco. Mentorias em níveis e indicadores claros são essenciais”, afirmou a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
Já estão previstas novas reuniões ainda em 2025 sobre a WIF, incluindo um encontro em Brasília, em outubro, e outro em São Paulo, em novembro, para dar continuidade ao processo de consolidação da iniciativa.
Memorando
No ensejo da reunião, foi assinado um Memorando de Entendimento entre o Ministério da Fazenda do Brasil e o PNUD Global. O documento estabelece a cooperação institucional necessária para dar sustentação à plataforma, garantindo segurança jurídica, alcance internacional por meio da rede de escritórios do PNUD e, sobretudo, a capacidade de mobilizar recursos financeiros para a continuidade e expansão da iniciativa.
“Queremos transformar a sororidade em ação concreta. Por isso, propomos recursos iniciais para estruturar a governança da plataforma e criar um prêmio internacional que valorize mulheres que já lideram grandes transformações no setor financeiro. Assim, conseguimos visibilidade, inspiração e atrair novos aportes”, declarou a secretária-geral do Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), Alejandra Claros.
“Estamos para servir: apoiar a rede de líderes, consolidar governança forte, transparência e uma trajetória de crescimento global — passo a passo, com produto sólido e grandes alianças”, reforçou diretora de Igualdade de Gênero do PNUD, Raquel Lagunas.
Objetivos
A plataforma busca ampliar a presença de mulheres em posições estratégicas nos setores público e privado de finanças — ministérios da Fazenda, bancos centrais, fundos de investimento, instituições financeiras e reguladores.
Ao mesmo tempo, responderá a desafios estruturais das finanças globais, como mudanças climáticas, economia do cuidado e desigualdades, por meio de três frentes de atuação: formação e mentoria de lideranças femininas; presença qualificada em espaços de decisão globais e regionais; além de construção de uma comunidade internacional conectada por iniciativas práticas e campanhas de impacto até 2030.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), por meio de seu Escritório no Brasil, tornou-se a primeira parceira institucional da plataforma, atualmente fornecendo apoio por meio de uma consultora dedicada à organização de eventos estratégicos.
Complementando a parceria institucional, a Open Society Foundation (OSF) juntou-se como a primeira parceira patrocinadora, formalizando um investimento de US$ 1,5 milhão para apoiar o desenvolvimento e a expansão do WIF.
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