Ministério da Fazenda promove seminário sobre Transição Justa nas Finanças do Brasil — Ministério da Fazenda

16/09/25 - [SPE] Seminário Transição Justa nas Finanças no Brasil

O Ministério da Fazenda realizou nesta semana o seminário “Transição Justa nas Finanças do Brasil”, realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O encontro marca uma etapa decisiva na construção do livro que irá consolidar pesquisas, análises e propostas sobre como o Brasil pode avançar na transição ecológica de forma justa e inclusiva.

A iniciativa tem como objetivo fomentar o debate científico e político em torno do papel das finanças sustentáveis na transição para uma economia de baixo carbono. O livro, considerado a principal entrega do projeto, reúne artigos de pesquisadores e especialistas que discutem desde riscos climáticos até instrumentos de equidade, buscando oferecer caminhos para políticas públicas que conciliem sustentabilidade e justiça social.

O projeto conta com apoio financeiro e técnico do Finanças Brasileiras Sustentáveis I (FiBraS II), que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável. A ação é implementada pela GIZ em parceria com o Ministério da Fazenda e o Banco Central do Brasil, com recursos do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.

Durante a abertura, ocorrida na segunda-feira (16/9), a subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis, destacou os desafios e as oportunidades que a transição ecológica traz para o país.

“A fome, a pobreza e a miséria não foram resolvidas ao longo dos anos e as crises climáticas intensificaram esses problemas. A transição ecológica justa precisa enfrentar essas questões estruturais, gerando empregos verdes, reduzindo desigualdades, aumentando a renda, atraindo investimentos e fomentando a sustentabilidade”, afirmou.

Cristina também ressaltou que o livro em elaboração será um marco para orientar políticas públicas no Brasil. Para ela, a iniciativa tem o papel de conectar o debate científico às decisões governamentais, criando uma base sólida para o enfrentamento das crises climáticas e sociais.

“Esse material servirá para que o Governo Federal fortaleça ainda mais os encaminhamentos em prol de uma transição justa, colocando o Brasil em posição de liderança global na agenda da sustentabilidade”, completou.

Representando a OIT, Antonio Rodrigues Ibarra reforçou o compromisso da organização em apoiar o processo. “Estamos interessados na discussão desse encontro e iremos contribuir em tudo o que for possível para fortalecer o conceito e a prática da transição justa no Brasil”.

Já a diretora do Projeto FiBraS na GIZ, Christine Majowski, lembrou a evolução do debate nos últimos anos. “Quando iniciamos esse projeto, a discussão ainda era preliminar. Hoje temos iniciativas concretas e uma conceituação mais clara do que significa a transição justa, que envolve requalificação profissional, criação de novas oportunidades e redução de desigualdades históricas”, disse.

O seminário reuniu sete grupos de pesquisadores responsáveis pela redação dos capítulos do livro, que abrangem temas como riscos climáticos e financeiros, energia, agricultura, impactos regionais, políticas públicas locais e métricas para a equidade. Entre as contribuições acadêmicas está o trabalho do professor Carlos Horn, que ajudou a fundamentar a base teórica da obra.

Para a coordenadora de Estudos em Sustentabilidade Ambiental do Ipea, Adriana Moura, a transição justa exige mudanças profundas. “A descarbonização do país requer transformações estruturais em setores inteiros, reestruturação de modelos de negócio e investimentos significativos. Empresas e trabalhadores em setores intensivos em carbono estão expostos a riscos elevados, o que torna essencial adotar políticas de justiça ambiental e climática para não deixar ninguém para trás”, ressaltou.

Segundo os organizadores, o livro resultante das discussões será uma referência para o Governo Federal fortalecer estratégias de transição ecológica no país. O Ministério da Fazenda tem reiterado o compromisso com uma economia sustentável e inclusiva, em que os fluxos de investimento sejam direcionados de atividades poluentes para iniciativas que gerem benefícios sociais e ambientais.

“O desafio é garantir que essa transformação profunda não amplie desigualdades, mas sim construa novas oportunidades. A transição justa é, acima de tudo, um compromisso de equidade”, destacou Majowski.

O encerramento ocorreu na  terça-feira (17/9), com a consolidação de  uma visão abrangente e integrada sobre como o Brasil pode liderar o processo de transição ecológica com responsabilidade social, justiça climática e inclusão econômica. O livro a ser lançado é fruto deste esforço coletivo e deverá servir como guia estratégico para orientar políticas públicas e decisões de investimento que coloquem o país na vanguarda da sustentabilidade.

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