Realizou-se, em São Paulo, nesta quarta-feira (17/9), a 11ª Reunião da Subcomissão Econômico-Financeira Brasil-China, copresidida pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda do Brasil, embaixadora Tatiana Rosito, e pelo vice-ministro de Finanças da China, Liao Min.
O encontro reuniu instituições governamentais do Brasil e da China com atribuições na área econômico-financeira e reforçou o papel da Subcomissão como instância central de coordenação do diálogo bilateral neste campo. A reunião ocorreu em contexto de aprofundamento da parceria estratégica entre os dois países, em alinhamento com o memorando de entendimento assinado entre os Ministérios da Fazenda do Brasil e da China em julho de 2025.
As delegações discutiram as perspectivas macroeconômicas global, nacional e regional, destacando a importância da transparência nas políticas fiscais e monetárias e da coordenação para o crescimento sustentável. Eles debateram também os desafios do ambiente internacional, seus impactos e as medidas mitigadoras domésticas.
A reunião abordou ainda iniciativas de cooperação financeira bilateral, incluindo o aprofundamento do diálogo entre reguladores e instituições financeiras; avanços na conectividade entre as bolsas de valores de Xangai e Shenzhen e a B3; ampliação do uso de moedas locais no comércio e investimentos; além da cooperação em supervisão bancária, de seguros e resseguros. Entre os avanços da reunião, destacaram-se a ampliação de mecanismos de cooperação financeira concreta, incluindo novas iniciativas em mercado de capitais, seguros e investimentos sustentáveis.
Desenvolvimento sustentável
O compromisso com o desenvolvimento sustentável foi tratado com centralidade pela agenda. A embaixadora Tatiana Rosito e o vice-ministro Liao Min destacaram o papel dos fundos de cooperação bilateral e regional no financiamento ao desenvolvimento sustentável e à economia de baixo carbono, além de reafirmarem o comprometimento dos dois países em fortalecer a cooperação para reforma das instituições financeiras multilaterais, na ampliação do acesso a financiamento climático e no desenvolvimento de sistemas tributários internacionais mais justos e inclusivos.
No âmbito das finanças sustentáveis, Brasil e China reafirmaram a urgência da cooperação em finanças sustentáveis e debateram iniciativas como a Plataforma de Investimento em Transformação Climática e Ecológica (BIP), o Programa EcoInvest e o Fundo Floresta Tropical para Sempre (TFFF).
Deu-se destaque à importância da cooperação para o desenvolvimento de taxonomias sustentáveis, para a mobilização de recursos de baixo carbono e para a coordenação internacional no âmbito do Círculo de Ministros de Finanças da COP30, iniciativa prioritária neste ano em que o Brasil recebe a Comissão das Partes em novembro, na cidade de Belém do Pará.
Do lado brasileiro, a reunião incluiu representantes de diversas secretarias do Ministério da Fazenda: Secretaria de Assuntos Internacionais, Secretaria de Política Econômica (SPE), Secretaria do Tesouro Nacional e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Também participaram o Banco Central do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Casa Civil da Presidência da República, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Ministério das Relações Exteriores e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Do lado chinês, estiveram presentes representantes do Ministério das Finanças da China, da Administração Nacional de Supervisão Financeira (NFRA), do Banco de Desenvolvimento da China (CDB), do Banco de Exportação e Importação da China (CEXIM), do Banco Popular da China (PBoC), da Comissão de Valores Mobiliários da China (CSRC) e da Embaixada da China no Brasil.
Ao final, os chefes de delegação reafirmaram o compromisso em fortalecer o papel da Subcomissão como fórum de coordenação estratégica e acordaram que a 12ª Reunião ocorrerá na China, em 2026.
Conheça as ações brasileiras para a transição para uma economia de baixo carbono
O Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica é a estratégia brasileira coordenada pelo Ministério da Fazenda para promover a transição para uma economia de baixo carbono, ao mesmo tempo em que aproveita os ativos e vocações do país na indústria, agricultura, energia renovável, infraestrutura, bioeconomia, ciência e tecnologia para construir um novo ciclo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.
O conjunto de ações parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) brasileira e se estrutura em um amplo conjunto de ações e meios de implementação financeiros, fiscais, regulatórios e administrativos para o alcance das metas.
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